domingo, 27 de março de 2011

SÃO JOSÉ PATRONO DA IGREJA




O Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1870, declarou o glorioso São José, Padroeiro da Igreja Católica. Este mesmo Papa, em 08/12/1854, já tinha proclamado solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora.

Através de Decreto da Congregação dos Sagrados Ritos, o Papa atendeu à solicitação do episcopado do mundo todo, que estava então reunido no Concílio Vaticano I ( 08/12/1869 a 20/10/1870), os quais rogaram ao Santo Padre que se dignasse constituir São José Padroeiro da Igreja Católica.

Assim se expressou a Sagrada Congregação dos Ritos:

“Assim como Deus constituira o antigo José, filho do antigo patriarca Jacó, para presidir em toda a terra do Egito, a fim de conservar o trigo para os povos; assim, chegada a plenitude dos tempos, estando para enviar à terra o seu Unigênito Filho para redenção do mundo, escolheu outro José, de quem o primeiro era figura; constituiu-o Senhor e Príncipe de sua casa e de sua possessão, e elegeu-o custódio de seus principais tesouros.

José teve, de fato, por esposa a Imaculada Virgem Maria, da qual por virtude do Espírito Santo, nasceu Nosso Senhor Jesus Cristo, que, junto aos homens, se dignou ser julgado filho de José, e lhe foi submisso. E José, não só viu Aquele que tantos reis e profetas desejaram ver, mas conversou com Ele, estreitou-O ao peito com paternal afeto, beijou-O; e, além disso, com extremoso cuidado, alimentou Aquele que devia ser nutrição espiritual e alimento de vida eterna para o povo fiel.

Por esta excelsa dignidade, concedida por Deus a seu fidelíssimo Servo, a Igreja, após a Virgem Santíssima, sua Esposa, teve sempre em grande honra e cumulou de louvores o Beatíssimo José, e nas angústias lhe implorou a intercessão. Ora, estando a Igreja, nestes tristíssimos tempos, perseguida em toda parte por inimigos e opressa por tão graves calamidades, a ponto de julgarem os ímpios que as portas do abismo prevaleceram contra Ela, os Bispos de todo o mundo católico, em seu nome e no dos fiéis confiados a seus cuidados, rogaram ao Sumo Pontífice que se dignasse constituir São José Padroeiro da Igreja Católica.

Tendo pois eles, no Sagrado Concílio Ecumênico Vaticano I, renovado com maior insistência os mesmos pedidos e desejos, o Santo Padre Pio IX, comovido com a presente e lutuosa condição dos tempos, querendo de modo especial colocar-se a si mesmo e aos fiéis sob o poderosíssimo Patrocínio do Santo Patriarca José e satisfazer os desejos dos Bispos, declarou-o solenemente Padroeiro da Igreja Católica.

Elevou a sua festa, que caí a 19 de março a rito duplo de primeira classe. E, além disso ordenou que esta declaração, feita com o presente decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, fosse publicado no dia consagrado à Imaculada Virgem Mãe de Deus, Esposa do castíssimo José”.

Eram, como sempre, tempos difíceis para a Igreja. O Papa convocara o Concílio Vaticano I para enfrentar o brado da Revolução Francesa (1789) contra a fé, no endeusamento da razão e do nacionalismo. O século XIX começou marcado pelo materialismo racionalista e pelo ateísmo, fora da Igreja; dentro dela as tendências conciliaristas e de separatismo, que enfraqueciam a autoridade do Papa e a unidade da Igreja. Mais uma vez a Barca de Pedro era ameaçada pelas ondas do século. Então a Igreja recomendou-se ao “Pai” terreno do Senhor. Aquele que cuidara tão bem da Cabeça da Igreja, ainda Menino, cuidaria também de todo o seu Corpo Místico.

Trinta anos depois, o Papa Leão XIII, no dia 15/8/1899, assinava a Encíclica “Quanquam Pluries” sobre São José, nos tempos difíceis da virada do século.

Ouçamos o Papa:

“Nos tempos calamitosos, especialmente quando o poder das trevas parece tudo usar em prejuízo da cristandade, a Igreja costuma sempre invocar súplice a Deus, autor e vingador seu, com maior fervor e perseverança, interpondo também a mediação do Santo, em cujo patrocínio mais confia para encontrar socorro, entre os quais se acha em primeiro lugar a Augusta Virgem Mãe de Deus”.

“Ora, bem sabeis Veneráveis Irmãos que os tempos presentes não são menos desastrosos do que tantos outros, e tristíssimos, atravessados pela cristandade. De fato, vemos perecer em muitos o princípio de todas as virtudes cristãs, de fé, extinguir-se a caridade, depravar-se nas idéias e costumes a nova geração, perfeitamente hostilizar-se por toda a parte a Igreja de Jesus Cristo, atacar-se atrozmente o Pontificado, e com audácia cada vez mais imprudente arrancarem - se os próprios fundamentos da religião”.

“Nós propomos… para tornar Deus mais favorável às nossas preces e para que Ele, recebendo as súplicas de mais intercessores, dê mais pronto e amplo socorro à sua Igreja, julgamos sumamente conveniente que o povo cristão se habitue a invocar com singular devoção e confiança, juntamente com a Virgem Mãe de Deus, o seu castíssimo esposo São José: temos motivos particulares para crer que seja isto aceito e agradável à própria Virgem. E, a respeito desse assunto, do qual pela primeira vez tratamos em público, bem conhecemos que a piedade do povo cristão não só é favorável, mas tem progredido também por iniciativa própria; pois vemos já gradativamente promovido e estendido o culto de São José por zelo dos Romanos Pontífices, nas épocas anteriores, universalmente aumentado e com indubitável incremento nestes últimos tempos, em especial depois que Pio IX, nosso antecessor de feliz memória, declarou às súplicas de muitos bispos, Padroeiro da Igreja Católica o Santíssimo Patriarca. Não obstante, por ser muito necessário que seu culto lance raízes nas instituições católicas e nos costumes, queremos que o povo cristão receba, antes de tudo, de nossa voz e autoridade novo estímulo”.

Vemos assim que, nas horas mais difíceis de sua caminhada a Igreja sempre recorre à Sua Mãe Santíssima, que nunca a desamparou; e, em seguida ao seu esposo castíssimo São José.

E Leão XIII explica as raízes da grandeza de São José por “ser ele esposo de Maria e pai adotivo de Jesus”.

http://blog.cancaonova.com/felipeaquino

Oração a São José


"A vós, São José, recorremos em nossa tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de Vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio.

Por esse laço sagrado de caridade, que os uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com seu sangue,e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder.

Protegei, ó Guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo.

Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.

Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; assim como outrora salvastes da morte a vida do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e contra toda adversidade.

Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no céu a eterna bem-aventurança. Assim seja.

domingo, 20 de março de 2011

O exemplo de São José

"O exemplo de São José é para todos nós um forte convite a desempenhar com fidelidade, simplicidade e humildade a tarefa que a Providência nos destinou. Penso antes de tudo, nos pais e nas mães de família, e rezo para que saibam sempre apreciar a beleza de uma vida simples e laboriosa, cultivando com solicitude o relacionamento conjugal e cumprindo com entusiasmo a grande e difícil missão educativa."

(Sua Santidade, Papa Bento XVI, Mensagem durante a oração do Ângelus, no dia 19 de abril de 2006, fonte: http://www.vatican.va/).

quinta-feira, 17 de março de 2011

Orações a São José


ORAÇÃO
Ó Deus, que por uma inefável providência, vos dignastes escolher o bem-aventurado São José, para esposo de vossa Mãe Santíssima, concedei-nos que aquele mesmo que na terra veneramos como protetor, mereçamos tê-lo no Céu, como intercessor. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém.

Oração a SÃO JOSÉ
Para pedir a graça de uma boa morte
São José, que morrestes nos braços de JESUS e de MARIA, meu amável protetor, socorrei-me em todas as necessidades e perigos da vida, mas principalmente na hora suprema, vindo suavizar minhas dores, enxugar minhas lágrimas, fechar suavemente meus olhos, enquanto pronunciar: JESUS, MARIA e JOSÉ, eu vos amo, salvai minha alma. Amém.


ORAÇÃO DE SÃO CLEMENTE
São José, ó meu terno pai, ponho-me para sempre sob a vossa proteção; considerai-me como vosso filho e preservai-me de todo o pecado. Lanço-me aos vossos braços para que me acompanheis no caminho da virtude, e me assistais na hora da morte.
JESUS, MARIA e JOSÉ, eu vos dou o meu coração e minha alma.
JESUS, MARIA e JOSÉ, assisti-me na última agonia.
JESUS, MARIA e JOSÉ, expire em paz entre vós, a minha alma. Amém.

CONSAGRAÇÃO A SÃO JOSÉ
Ó glorioso São José, que Deus escolheu para pai adotivo de Jesus, para esposo puríssimo da Virgem Maria e chefe da Sagrada Família, e que o Sumo Pontífice declarou Padroeiro e Protetor da Igreja, fundada por Jesus, eu recorro a vós neste momento e imploro, com a maior confiança, o vosso poderoso auxílio para toda a Igreja militante.

Protegei especialmente, com o vosso amor verdadeiramente paternal, o Vigário de CRISTO e todos os Bispos e Sacerdotes, unidos à Santa Sé de Pedro.

Defendei os que trabalham, pela salvação das almas, entre as angústias e tribulações desta vida, e fazei que todos os povos da terra se sujeitem docilmente à Igreja, que é o meio de salvação necessário para todos.

Dignai-vos também, meu querido São José, aceitar a consagração que vos faço de mim mesmo. Eu me ofereço todo a Vós, para que sejais sempre o meu pai, o meu protetor e o meu guia no caminho da salvação. Alcançai-me uma grande pureza de coração e um amor ardente à vida interior.

Fazei que, seguindo o seu exemplo, todas as minhas obras sejam dirigidas para a maior glória de Deus, em união com o Coração Divino de Jesus e com o Coração Imaculado de Maria, e convosco. Amém.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Documentos Pontifícios sobre São José


Carta apostólica Inclytum Patriarcham de Pio IX

Decreto da proclamação de S. José como Patrono da Igreja por Pio IX
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Bonum Sane de Bento XV

Quanquam Pluries de Leão XIII

Le voci che da tutto de João XXIII

Redemptoris Custos do Beato João Paulo II

As 7 dores e os 7 gozos de S. José




1 - Dor de pensar em deixar Maria, gozo em receber a mensagem do Anjo.
2 - Dor de ver Jesus nascer na gruta de Belém, gozo ao vê-Lo adorado pelos Anjos, pastores e reis magos.
3 - Dor de derramar o sangue do Menino Jesus na circuncisão; gozo ao dar-lhe o nome de Jesus.
4 - Dor ao ver a espada de Simeão apresentada a Maria; gozo ao ver Ana e Simeão louvando o Menino.
5 - Dor do desterro para o Egito; gozo ao ver os ídolos caírem dos pedestais.
6 - Dor de não poder voltar para Jerusalém, gozo ao voltar para Nazaré.
7 - Dor da perda de Jesus em Jerusalém aos 12 anos; gozo ao encontrá-lo entre os doutores.

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Oração

Ó glorioso Patriarca São José, animado de uma fé viva, chego ao vosso trono de glória, em que firmíssimamente Deus vos colocou pelos méritos de Jesus e de Maria, por vossos especiais méritos e virtudes. Eu vos peço que me alcanceis a graça de livrar-me dos sete pecados capitais, e que fique firme e constante nas virtudes a eles contrárias, e adornado dos sete dons do Espírito Santo, e que ame com fervor a Jesus e a Maria.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O Culto de Protodulia a São José



Sabemos que há três espécies de culto em relação ao objecto.
O culto de LATRIA, é devido só a Deus. HIPERDULIA, especial culto tributado à Mãe de Deus, Rainha dos santos e singular criatura.
DULIA, o culto dos santos.
O culto de S. José não se pode comparar ao de Maria, por Ela ser a Mãe Santíssima, nossa Co-Redentora e Mãe de Deus. Todavia, não pode ser igual ao dos demais santos, uma vez que ele é o maior dos santos e singular entre todos, como sabemos, pelas prerrogativas que possui. A Igreja celebra a memória de S. José, de modo singular na Sagrada Liturgia, com “honras sumas e sumos louvores”, diz o Papa beato Pio IX (1846-1878), e repete estas expressões em vários documentos da Igreja. Por isso, o culto de S. José costuma ser chamado de SUMA DULIA, ou PROTODULIA, culto acima do dos santos: DULIA. E abaixo do de Maria: HIPERDULIA.
Esse culto de SUMA DULIA foi pedida ao Papa beato Pio IX pelo Padres do Concílio Vaticano I (1870). Em nada se opõe à fé e está conforme à dignidade e aos privilégios singulares do maior dos santos.
Nos últimos tempos tem-se introduzido na Sagrada Liturgia o nome de S. José nas Ladainhas Maiores, no rito da Extrema Unção, e da assistência aos agonizantes, em várias orações da Santa Missa e do Breviário.
Antes da reforma litúrgica de 1970, havia a festa do Patrocínio da 4ª. Feira depois do 2º. Domingo da Páscoa, com Santa Missa e ofício próprios e oitava comum.
O Ritual tem bênção de dois escapulários de S. José: uma própria dos capuchinhos, outra dos carmelitas. Há bênção para o anel em honra de S. José.
O culto de SUMA DULIA, ou PROTODULIA, tem inúmeras e tocantes manifestações na Sagrada Liturgia e na devoção dos fiéis.

Enviado por Mariano Araújo, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima em Edmonton, Alberta, Canadá.

O GLORIOSO SÃO JOSÉ (Prof Felipe Aquino)



São Mateus afirma em seu Evangelho que São José “era um homem justo” (Mt 1,19). Isto, na linguagem bíblica, significa um homem repleto de todas as virtudes, de santidade completa, perfeito.
Jesus quis ter um pai na terra: O anjo do Senhor, aparecendo-lhe em sonho, diz-lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo” (Mt. 1,20).

Coube a S. José dar o nome ao Filho de Deus humanado. O Anjo lhe disse: “Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta” (Mt 1, 21-22).

Em uma aparição a Santa Margarida de Cortona, disse Jesus: “Filha, se desejas fazer-me algo agradável, rogo-te não deixeis passar um dia sem render algum tributo de louvor e de bênção ao meu Pai adotivo São José, porque me é caríssimo”.

Santo Afonso de Ligório (†1787), doutor da Igreja, garantia que todo dom ou privilégio que Deus concedeu a outro Santo também o concedeu a São José.

São Francisco de Sales (†1655), doutor da Igreja, diz que "São José ultrapassou, na pureza, os Anjos da mais alta hierarquia".

São Jerônimo (†420), doutor da Igreja, diz que: “José mereceu o nome de “Justo”, porque possuía de modo perfeito todas as virtudes”.

São Bernardo (†1153), doutor da Igreja: “De sua vocação, considerai a multiplicidade, a excelência, a sublimidade dos dons sobrenaturais com que foi enriquecido por Deus”.

Se S.José foi escolhido para Esposo de Maria, a mais santa de todas as mulheres, é porque ele era o mais santo de todos os homens. Se houvesse alguém mais santo que José, certamente seria este escolhido por Jesus para Esposo de Sua Mãe Maria. Nós não pudemos escolher nosso pai e nossa mãe, mas Jesus pôde, então, escolheu os melhores que existiam.

São Francisco de Sales:
“Oh! que divina união entre Nossa Senhora e o glorioso São José; união que tornava José participante de todos os bens de sua cara Esposa e o fazia crescer maravilhosamente na perfeição, pela contínua comunicação com Ela, que possuía todas as virtudes em grau tão alto, que nenhuma criatura o pode atingir”.

Testemunho de Santa Teresa de Ávila (†1582), doutora da Igreja, devotíssima de São José. No “Livro da Vida”, sua autobiografia, ela escreveu:
“Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e muito me encomendei a ele. Claramente vi que dessa necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter. Coisa admirável são os grandes favores que Deus me tem feito por intermédio desse bem-aventurado santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto do corpo como da alma. A outros santos parece o Senhor ter dado graça para socorrer numa determinada necessidade.”
“Ao glorioso São José tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar a entender com isso como lhe foi submisso na terra, onde São José, como pai adotivo, o podia mandar, assim no céu atende a todos os seus pedidos. Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir que fossem devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos bens alcança de Deus...De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida".

Cultos prestados pela Igreja:
Latria = adoração – a Santíssima Trindade
Dulia = veneração - aos Santos e Anjos
Hiper Dulia = super veneração – a Nossa Senhora Mãe de Deus
Proto – Dulia = primeira veneração – a São José.




No Evangelho consta que São José era carpinteiro: “Não é este o filho do carpinteiro?” (Mt 13, 55). Mas a expressão é mais genérica, pois diz “filius fabri”, quer dizer, filho de artesão.
Todo o povo judeu sabia que o Messias viria da tribo de Judá, e seria descendente do grande rei Davi. “Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor.” (Is 11, 1-2)
“Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. Portanto, as gerações, desde Abraão até Davi, são quatorze. Desde Davi até o cativeiro de Babilônia, quatorze gerações. E, depois do cativeiro até Cristo, quatorze gerações.” (Mt 1, 16-17).

A vocação de São José foi a de representante do Pai Eterno junto a seu Filho Unigênito na terra. Por isso os autores místicos o chamam de “Sombra do Pai Celeste”; um privilégio especial só a ele concedido. Isto nos faz lembrar a palavra que diz: “Eu sou o Senhor, esse é meu nome, a ninguém cederei minha glória, nem a ídolos minha honra.” (Is 42,8).

São Basílio Magno (330-369), doutor da Igreja, diz: "Ainda que José tratasse sua mulher com todo afeto e amor e com todo o cuidado próprio dos cônjuges, entretanto se abstiveram dos atos conjugais" (Tratado da Virgem Santíssima, BAC, Madri, 1952, p. 36).

O Papa Pio XI quando proclamou São José Patrono universal da Igreja, disse: “Entre São José e Deus não vemos e não devemos ver senão Maria, por sua divina Maternidade”. “São José, depois de Maria, é o maior de todos os Santos”.

Papa Leão XIII disse na Encíclica Quamquam pluries:
“Muitos Padres da Igreja, de acordo com a Sagrada Liturgia, acreditam que o antigo José, filho do Patriarca Jacó, tenha figurado a pessoa e o ministério do nosso São José, e simbolizado, com o seu esplendor, a grandeza e a glória do futuro Custódio da Sagrada Família.”

Eis o que diz a respeito São Bernardo, doutor a Igreja:
“Lembra-te do grande Patriarca vendido para o Egito, e sabe que ele não só lhe herdou o nome, mas imitou-lhe também a castidade, mereceu-lhe a inocência e a graça. E se aquele José, vendido por inveja dos irmãos e conduzido ao Egito, prefigurou a venda de Cristo, o nosso José, fugindo da inveja de Herodes, levou Cristo para o Egito”.

Papa João Paulo II: “Precisamente em vista da sua contribuição para o mistério da Encarnação do Verbo, José e Maria receberam a graça de viverem juntos o carisma da virgindade e o dom do matrimônio. A comunhão de amor virginal de Maria e José, embora constitua um caso muito especial, ligado à realização concreta do mistério da Encarnação, foi todavia um verdadeiro matrimônio” (cf Exort. Apost. Redemptoris custos, 7).

São José é o patrono da boa morte: Santa Teresa, narrando a morte de suas filhas, devotas do Santo, dizia: “Tenho observado que, no momento de exalar o último suspiro, gozavam inefável paz e tranqüilidade; sua morte assemelhava-se ao doce repouso da oração. Nada indicava que estivessem interiormente agitadas por tentações. Essas divinas luzes me libertaram o coração do temor da morte. Morrer parece-me agora o que há de mais fácil para uma alma fiel”.
Liturgia:

O Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1870, declarou o glorioso São José, Padroeiro da Igreja Católica. Este mesmo Papa, em 08/12/1854, já tinha proclamado solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora.

Em 1956, o papa Pio XII (1939-1958) instituiu a festa de São José Operário, a ser celebrada em rito duplo de primeira classe no dia 1º de maio, Dia Universal do Trabalho.

O Papa Leão XIII, no dia 15/8/1899, assinava a Encíclica “Quanquam Pluries” sobre São José, nos tempos difíceis da virada do século.
“Assim como Deus constituíra o antigo José filho do antigo patriarca Jacó, para presidir em toda a terra do Egito, a fim de conservar o trigo para os povos; assim, chegada à plenitude dos tempos, estando para enviar a terra o seu Unigênito Filho para redenção do mundo, escolheu outro José, de quem o primeiro era figura; constituiu-o Senhor e Príncipe de sua casa e de sua possessão, e elegeu-o custódio de seus principais tesouros.”

Orações a São José

COROA DAS SETE DORES E GOZOS DE SÃO JOSÉ
1 - Dor de pensar em deixar Maria, gozo em receber a mensagem do Anjo. Pai Nosso e Ave Maria.
2 - Dor de ver Jesus nascer na gruta de Belém, gozo ao vê-Lo adorado pelos Anjos, pastores e reis magos. Pai Nosso e Ave Maria.
3 - Dor de derramar o sangue do Menino Jesus na circuncisão; gozo ao dar-lhe o nome de Jesus. Pai Nosso e Ave Maria.
4 - Dor ao ver a espada de Simeão apresentada a Maria; gozo ao ver Ana e Simeão louvando o Menino. Pai Nosso e Ave Maria.
5 - Dor do desterro para o Egito; gozo ao ver os ídolos caírem dos pedestais. Pai Nosso e Ave Maria.
6 - Dor de não poder voltar para Jerusalém, gozo ao voltar para Nazaré. Pai Nosso e Ave Maria.
7 - Dor da perda de Jesus em Jerusalém aos 12 anos; gozo ao encontra-lo entre os doutores. Pai Nosso e Ave Maria.
Oração
Ó glorioso Patriarca São José, animado de uma fé viva, chego ao vosso trono de glória, em que firmíssimamente Deus vos colocou pelos méritos de Jesus e de Maria, por vossos especiais méritos e virtudes. Eu vos peço que me alcanceis a graça de livrar-me dos sete pecados capitais, e que fique firme e constante nas virtudes a eles contrárias, e adornado dos sete dons do Espírito Santo, e que ame com fervor a Jesus e a Maria. E para mais obrigar vosso compassivo coração, lembro-vos as sete maiores dores.

Consagração a SÃO JOSÉ
Glorioso São José, digno de ser entre os santos com especialidade venerado, amado e invocado, pelo primor de vossas virtudes, eminência de vossa glória e poder de vossa intercessão, perante a Santíssima Trindade, perante Jesus, vosso filho adotivo, e perante Maria, vossa castíssima Esposa, minha Mãe terníssima, tomo-vos hoje por meu advogado junto de ambos, por meu protetor e pai, proponho firmemente nunca esquecer-me de Vós, honrar-vos todos os dias que Deus me conceder, e fazer quanto em mim estiver, para inspirar vossa devoção aos que estão a meu encargo. Dignai-vos vo-lo peço ó pai do meu coração, conceder-me vossa especial proteção e admitir-me entre vossos mais fervorosos servos. Em todas as minhas ações assisti-me, junto de Jesus e Maria favorecei-me, e na hora da morte não me falteis, por piedade. Amém.

Cântico a São José
Vinde alegres cantemos,
A Deus demos louvor.
E ao pai exaltemos,
Sempre com mais fervor.
São José a vós nosso amor,
Sede nosso bom protetor,
Aumentai o nosso fervor.

Autor: Prof. Felipe Aquino