São José, guardião de Jesus e casto esposo de Maria, tu empregaste toda a tua vida no perfeito cumprimento de teu dever. Tu mantiveste a Sagrada Família de Nazaré com o trabalho de tuas mãos. Protege bondosamente aos que se voltam confiantemente para ti. Tu conheces suas aspirações e suas esperanças. Eles se dirigem a ti porque sabem que tu os compreendes e proteges. Tu também conheceste as provas, o cansaço e o trabalho. Mas, embora dentro das preocupações materiais da vida, tua alma estava cheia de profunda paz e cantou plena de verdadeira alegria devido ao íntimo trato que gozaste com o Filho de Deus que te foi confiado e a Maria, sua terna Mãe. Amém.
segunda-feira, 10 de março de 2014
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Papa Francisco: "José, homem fiel e justo que preferiu acreditar no Senhor"
Palavras do Papa Francisco durante o Angelus
Por Redacao
ROMA, 22 de Dezembro de 2013 (Zenit.org) - Publicamos
a seguir as palavras que o Santo Padre pronunciou hoje às 12hs, antes e depois
da oração do Angelus, aos fieis e peregrinos reunidos na praça de São Pedro:
***
Queridos irmãos e irmãs, bom dia !
Neste quarto domingo de Advento, o Evangelho nos narra os
acontecimentos que precederam o nascimento de Jesus, e o evangelista Mateus nos
apresenta do ponto de vista de São José, o prometido esposo da Virgem Maria.
José e Maria moravam em Nazaré; ainda não moravam juntos, porque
o matrimônio ainda não tinha sido concluído. Enquanto isso, Maria, depois de
ter acolhido o anúncio do Anjo, ficou grávida por obra do Espírito Santo.
Quando José percebeu este fato, ficou confuso. O Evangelho não explica quais
eram os seus pensamentos, mas nos diz o essencial: ele procura fazer a vontade
de Deus e está pronto para a renúncia radical. Em vez de se defender e fazer
valer os seus direitos, José escolhe uma solução que representa para ele um
enorme sacrifício. E o Evangelho diz: "Porque era um homem justo e não
queria acusá-la publicamente, resolveu deixá-la em segredo" ( 1, 19).
Esta pequena frase resume um verdadeiro drama interior, se
pensarmos no amor que José tinha por Maria! Mas, mesmo em tal circunstância,
José pretende fazer a vontade de Deus e decide, sem dúvida com grande dor,
abandonar Maria em segredo. Devemos meditar nessas palavras, para entender a
prova que José teve que enfrentar nos dias que precederam o nascimento de
Jesus. Uma prova parecida com aquela do sacrifício de Abraão, quando Deus lhe
pediu seu filho Isaque (cf. Gn 22): renunciar à pessoa mais preciosa, à pessoa
mais amada.
Mas, como no caso de Abraão, o Senhor interveio: ele encontrou a
fé que buscava e abre um caminho diferente, um caminho de amor e felicidade:
“José – lhe diz – não temas receber Maria, como sua esposa. De fato, a criança
que nela foi gerada vem do Espírito Santo” (Mt 1, 20).
Este Evangelho nos mostra toda a grandeza de alma de São José.
Ele estava seguindo um bom projeto de vida, mas Deus reservou para ele um outro
projeto, uma missão maior. José era um homem que sempre dava ouvidos à voz de
Deus, profundamente sensível à sua vontade secreta, um homem atento às
mensagens que lhe vinham do profundo do coração e do alto. Não ficou obstinado
em perseguir aquele seu projeto de vida, não permitiu que o rancor lhe
envenenasse a alma, mas estava preparado para colocar-se à disposição da
novidade que, de forma desconcertante, era-lhe apresentada. Era assim, era um
homem bom. Não odiava, e não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma. Mas
quantas vezes em nós o ódio, a antipatia também, o rancor nos envenenam a alma!
E isso faz mal. Não permiti-lo nunca: ele é um exemplo disso. E assim, José se
tornou ainda mais livre e grande. Aceitando-se de acordo com o projeto do
Senhor, José encontra plenamente a si mesmo, além de si. Esta sua liberdade de
renunciar ao que é seu, e esta sua plena disponibilidade interior à vontade de
Deus, nos interpelam e nos mostram o caminho.
Nos dispomos agora a celebrar o Natal contemplando Maria e José:
Maria, a mulher cheia de graça que teve a coragem de confiar totalmente na
Palavra de Deus; José, o homem justo e fiel que preferiu acreditar no Senhor,
em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano. Com eles, caminhamos
junto rumo a Belém.
domingo, 27 de outubro de 2013
Um mimo de capelinha com os traços do grafite
Igreja dedicada a São José é um recanto de paz na vizinhança do mais famoso reduto de prostituição da cidade

Nani e frei Nilson, com São José grafitado atrás e entre palavras cristãs Agência O Globo
RIO - É quase inevitável o choque quando se chega ao portão de número 205 da Rua Hilário Ribeiro, na Praça da Bandeira. Situando melhor o endereço, a rua fica na vizinhança da Vila Mimosa, onde às 17h de uma quarta-feira chuvosa o batidão do funk já domina o som ambiente e moças circulam preparadas (escovão no cabelo, roupas coladíssimas) para mais uma noite. No endereço em questão, funciona uma minúscula igreja, que somente pela localização já seria peculiar. Mas não é só isso: a Capela São José é o primeiro templo católico todo grafitado do Brasil, onde um frei carmelita formado em jornalismo, vegetariano e adepto da malhação celebra a missa de domingo, sempre de calça jeans sob a batina e tênis esportivo nos pés.
Uma característica que une a capelinha à Vila Mimosa (no caso dos visitantes de primeira viagem) é a sensação de estar atravessando um portal para outro mundo. Em tratando-se da capela, ao passar do portão, o fiel é recepcionado por flores pintadas com spray na fachada e outras de verdade, coloridas, plantadas em vasinhos. No interior, o pequeno e aconchegante salão faz carinho na alma: a beleza está nas paredes grafitadas em tons de amarelo pastel — ganhando um brilho dourado devido à iluminação — com folhas que flutuam, muitas e muitas flores desenhadas e palavras cristãs, como luz, fé, igualdade e esperança. O São José com o menino Jesus no colo aparece num campo de girassóis num quadro com os traços do grafiteiro Fábio Ema, um dos artistas mais cultuados do meio.
É ele quem está revolucionando, por caridade, o visual da capela, cuja frequência maior é hoje de crianças de famílias pobres que vivem na região. As prostitutas da Vila Mimosa são vistas mais em atividades promovidas para elas durante a semana, por um grupo de irmãs. As missas de domingo atualmente ocorrem às 19h, em paralelo ao clima quentíssimo do lado de fora.
No pequeno santuário, gentileza e caridade
Ligada à Ordem das Carmelitas Descalças, a capelinha foi inaugurada em 2000. Deteriorada, há pouco mais de três meses foi iniciada uma reforma geral, sob a supervisão do designer João Bird, da Fundição Progresso, e a partir de doações. O lugar foi reinaugurado no último dia 6 com missa liderada pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta.
A relação do templo com a vizinhança é delicada. O fato de já ter sido chamada de “capela da Vila Mimosa” provocou uma debandada de crianças que moram no entorno e que se preparavam para a primeira comunhão. O frei Nilson, de 43 anos, há dois anos se empenha em passar valores positivos para a juventude.
— Falta uma estrutura familiar às crianças. Os pais trabalham o dia inteiro e elas não têm muito apoio nos estudos. Elas ficam soltas, e o contato com essa cultura que se expande da Vila Mimosa acaba influenciando no comportamento — diz o frei, que, durante as missas, embaladas pelo seu violão, precisa contornar situações. — Às vezes, a música sacra se mistura ao som profano do funk e temos que fechar a capela.
Coordenadora há 9 anos da capela, Nani Queiroz, de 37 anos, conta que o santuário atende 450 famílias da região. O local é um porto seguro:
— Não estamos aqui para julgar, mas para estender a mão — diz Nani, explicando que a chaga dessa área é a pobreza. A Fundição Progresso se envolveu com a capela por meio de João Maurício Pinho, colecionador de arte popular e autor da ideia do grafite. Perfeito Fortuna, da Fundição, diz que o espaço é hoje como “um sol”, que joga luz sobre uma área degrada (a prefeitura já trocou a iluminação da rua).
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Papa na missa do 1° de maio:"Sociedade que não oferece trabalho ou explora os trabalhadores é injusta"


No Evangelho proposto pela Liturgia, Jesus é chamado ‘filho do carpinteiro’. José era um trabalhador e Jesus aprendeu a trabalhar com ele. Na primeira leitura lê-se que Deus trabalha para criar o mundo. Este “ícone de Deus trabalhador – afirma o Papa – nos diz que o trabalho é algo que vai além de simplesmente ganhar o pão”:
“O trabalho nos dá dignidade. Quem trabalha é digno, tem uma dignidade especial, uma dignidade de pessoa: o homem e a mulher que trabalham são dignos. Ao invés disto, aqueles que não trabalham não têm esta dignidade. Mas muitos são aqueles que querem trabalhar e não podem. Isto é um peso na nossa consciência, porque quando a sociedade é organizada desta maneira, onde nem todos têm a possibilidade de trabalhar, de serem elevados pela dignidade do trabalho, esta sociedade não está bem, não é justa. Vai contra o próprio Deus, que quis que a nossa dignidade começasse daqui”.
“A dignidade – prosseguiu o Papa – não é o poder, o dinheiro, a cultura que nos dá. Não! .... A dignidade nos dá o trabalho!” e um trabalho digno, porque hoje muitos “sistemas sociais, políticos e econômicos fizeram uma escolha que significa explorar a pessoa”:
“Não pagar aquilo que é justo, não dar trabalho, porque somente se olha aos balanços, aos balanços da empresa; somente se olha para o quanto eu posso aproveitar. Isto vai contra Deus. Quantas vezes – tantas vezes -, lemos isto no ‘L’Osservatore Romano’…. Uma manchete que me tocou muito, o dia da tragédia de Bangladesh, ‘Viver com 38 euros ao mês’: este era o pagamento destas pessoas que morreram....E isto se chama ‘trabalho escravo!’. E hoje no mundo existe esta escravidão que se faz com o que Deus deu ao homem de mais belo: a capacidade de criar, de trabalhar, de construir com isto a própria dignidade. Quantos irmãos e irmãs no mundo estão nesta situação por culpa destes comportamentos econômicos, sociais, políticos e assim por diante...”
O Papa cita um rabino da Idade Média que contava à sua comunidade hebraica sobre os acontecimentos da Torre de Babel: naquele tempo, os tijolos eram muito importantes:
“Quando um tijolo, por algum erro caía, era um grande problema, um escândalo: ‘Mas olha o que você fez!’. Mas se um daqueles que construía a torre caía: ‘Requiescat in pace!’ e o deixavam ali na maior tranquilidade.....Era mais importante o tijolo que a pessoa. Isto contava aquele rabino medieval e isto acontece hoje. As pessoas são menos importantes que as coisas que dão vantagens àqueles que tem o poder políticos, social, econômico. A que ponto chegamos? Ao ponto que não estamos conscientes desta dignidade da pessoa; esta dignidade do trabalho. Mas hoje a figura de São José, de Jesus, de Deus, que trabalham – este é o nosso modelo – nos ensinam o caminho para andar em direção à dignidade”.
Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/05/01/papa_na_missa_do_1%C2%B0_de_maio:sociedade_que_n%C3%A3o_oferece_trabalho_o/bra-687997
do site da Rádio Vaticano
terça-feira, 30 de abril de 2013
São. Jose Operário
«Se eu fora pessoa que tivesse autoridade para escrever, de boa vontade me alongaria a dizer muito por miúdo as mercês que este glorioso Santo me tem feito a mim e a outras pessoas. Só peço, por amor de Deus, que faça a prova quem não me acreditar e verá, por experiência, o grande bem que é o encomendar-se a este glorioso Patriarca e ter-lhe devoção.» Santa Teresa de Jesus, Vida 6, 7 Senhor, em tempos de crise olho para o Teu Pai S. José. Foi pai de Família, trabalhador, não abastado… e contudo, permaneceu sempre um homem de Fé. Foi a confiança na Tua Providência e a alegria do seu Lar na companhia de Jesus e Maria, que fizeram dele o homem mais feliz desta terra. Ajuda-me a valorizar os verdadeiros valores do amor, da generosidade, da doação, do perdão… e a confiar o resto nas Tuas mãos… S. José, tu que és tão grande intercessor das Famílias, dá-me a tua confiança e Fé e a certeza de que o Senhor está sempre comigo, como esteve sempre contigo! S. José Operário, rogai por nós! |
sábado, 14 de julho de 2012
São José, o Santo do silêncio
"A Igreja celebra dia 19 de março a festa de São
José, guarda de Jesus e esposo da Virgem Maria. Pareceu-me oportuno tecer
algumas considerações sobre o Padroeiro da Igreja.
Em Nazaré da Galiléia, a 5 de janeiro de 1964, por
ocasião de sua visita à Terra Santa, o Santo Padre o Papa Paulo VI pronunciou
alocução que ficou famosa, sob o título de “As lições de Nazaré”. Tanto que um
trecho deste memorável discurso do sofrido antecessor de João Paulo II faz
parte do Ofício Divino no Domingo da Sagrada Família.
Em José, o casto esposo de Maria e guarda
providente de Jesus, cognominado de “Redemptoris Custos” (“O Guarda do
Redentor” ) pelo Papa atual, em sua carta encíclica sobre o santo patriarca,
nós encontramos vividas as três grandes lições de Nazaré: silêncio, trabalho e
vida familiar.
Ele foi o santo do silêncio. Diante dos evidentes
sinais da misteriosa maternidade virginal de Maria, José, o homem justo, soube
guardar silêncio heróico, que muito lhe custou. Em todo o evangelho, não se lê
uma única palavra sua, nem na busca de uma pousada em Belém para Maria, que
estava para dar à luz o Deus Menino, nem diante dos pastores e dos Magos que
vieram adorá-lo, nem na fuga para o Egito, nem na perda de Jesus no Templo aos
12 anos (só Maria fala em nome dos dois), nem, afinal, nos longos anos vividos
em Nazaré, com Maria e Jesus, criança, adolescente e homem feito. São José é o
santo do silêncio, patrono da vida contemplativa. Paulo VI chama o silêncio “a
admirável e indispensável condição do espirito, na vida moderna barulhenta e
hipersensibilizada”. E que São José com seu silêncio “nos ensine o
recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e
as palavras dos verdadeiros mestres. Que ele nos ensine a necessidade da
meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus escuta no
segredo.”
São José é o santo do trabalho. É o operário humilde,
o carpinteiro que com o suor de seu rosto, com sua fadiga de trabalhador
braçal, manteve Jesus e Maria. É o operário-modelo, que soube fazer do trabalho
oração, que santificou a fadiga diária e teve a honra inaudita de ver Jesus
chamado “o filho do carpinteiro”. O Papa Paulo VI diz em sua alocução que
gostaria de “compreender e celebrar a lei, severa e redentora do trabalho
humano”, lembrando que “o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que sua
liberdade e nobreza resultam dos valores que constituem o seu fim”. Todo
trabalho, mesmo o considerado mais humilde, é nobre e nobilitante. O trabalho,
também o trabalho braçal, dignifica o homem, que faz dele o seu sustento, a
manutenção de sua família ou a sua busca de melhoras na vida. O trabalho de José
de Nazaré tinha aquela característica, que João Paulo II destacou em sua visita
a Maceió: “O trabalho humano deve revestir-se de amor, sobretudo naquele espaço
vital, no qual se vive em comum como família: o casal e os filhos”
(19/10/1991).
Santo da vida familiar, São José nos mostra a
família – diz o Papa Montini – como “comunhão de amor, em sua beleza simples e
austera, seu caráter sagrado e inviolável”. Dele ainda “aprendemos a função
primária e insubstituível da família no plano social.” A Sagrada Família de
Nazaré, dizia alguém, repete na terra a união e o amor que constituem no céu a
Trindade Santa. Nos dias de hoje, quando a família está sendo cada vez menos
valorizada, cada vez mais atacada em sua pureza e santidade originais, com o
divórcio, as uniões eventuais sem compromisso e até a legitimação das uniões
homossexuais, os cristãos mais e mais se devem voltar para o exemplo ímpar da
família de Nazaré. Lá reinava a paz, o amor verdadeiro e puro."
Que São José vele sobre a família
brasileira, preservando-a dos males de nossa época e dando aos nossos jovens o
sentido verdadeiro do amor e do sagrado matrimônio."
Autor:Dom Edvaldo G. Amaral, SDB
São José, zeloso provedor da Sagrada Família, intercedei por nós!
São José, o justo admirável (1)
Fonte: http://www.amoranossasenhora.com.br/2012/03/sao-jose-o-justo-admiravel/
Considerações de M. Olier
O admirável São José foi dado à terra para
exprimir, de maneira sensível, as adoráveis perfeições de Deus Pai. Desse Deus
Pai, São José encerrava, em sua pessoa, suas belezas, sua pureza, sem amor, sua
sabedoria e sua prudência, sua misericórdia e sua compaixão. Um único santo foi
escolhido para representar Deus Pai, enquanto seria necessária uma infinidade
de criaturas e uma infinidade de santos, para representar Jesus Cristo. Porque
toda a Igreja trabalha unicamente para manifestar, exteriormente, as virtudes e
as perfeições de seu adorável Chefe, e só São José representa o Pai Eterno!
Todos os anjos juntos foram criados para representar Deus e suas perfeições. Um
só homem representa todas as suas grandezas.
É preciso, pois, considerar o augusto São José como
a maior do mundo, a mais célebre e a mais incompreensível, e, guardadas as
proporções, como Deus Pai, escondido e invisível em sua pessoa, e
incompreensível em seu ser e em suas perfeições. Não é para confundir e
assombrar nossa ignorância e nossa miséria considerarmos nossa incapacidade de
compreender e conhecer o que há de mais puro e mais santo?
Se São José, sobe esse ponto de vista, parece
incomparável e em classe Pa parte, é porque ele é a única imagem universal de
Deus Pai na terra. Resulta daí que, tendo escolhido esse santo para fazer dele
sua imagem na terra, Deus lhe conferiu uma semelhança de sua natureza invisível
e escondida. E, no meu entender, São José está fora do estado de ser
compreendido pelo espírito dos homens, de forma que a fé deverá servir de
suplemento para venerarmos nele o que nele podemos compreender.
1 – COMO DEUS PAI HONROU O GRANDE SÃO
JOSÉ
É coisa admirável contemplar as virtudes e as
perfeições de São José, pois foi escolhido para ser a imagem de Deus Pai. Que
sabedoria! Que força! Que prudência! Que simplicidade! Não acredito que jamais
tenha surgido no mundo, algo de semelhante. Pois é fácil compreender que, se
Deus Pai tomou esse santo para transmitir a idéia e a imagem de suas
perfeições, se tornou visível nele o que estava escondido desde a eternidade no
seio do seu ser, é incomparável a excelência desse grande homem…
1º: Ele é a imagem das belezas do Pai Eterno. Sem
dúvida, São José tinha um exterior grave e modesto, uma postura admirável, uma
beleza sem igual, por causa daquele de quem era a imagem, aos próprios olhos do
Filho de Deus. Porque, se os céus, a terra, os elementos, em uma palavra, toda
a aparência do mundo é tão bela, tão rara e tão admirável e está ordenada com
perfeição de peso, número e medida para levar o homem a admirar as perfeições
de Deus, representante que é de sua beleza, qual não deverá ser a de São José,
expressamente formado pelas mãos de Deus Pai para revelar-se a seu Filho único
e colocar, sem cessar, diante de seus olhos, seu verdadeiro retrato e sua
verdadeira imagem, como compensação pelo tempo de sua ausência e uma espécie de
consolo durante os anos de sua peregrinação.
E o que é mais considerável ainda, é que este
mundo, tão belo e tão perfeito, que proclama por todas as partes, a beleza de
seu autor, não apresenta aos homens senão as grandezas admiráveis de Deus,
considerado com Ser soberano e essência perfeita, ou seja, como grande, bom,
sábio e infinito. Não o apresenta, porém, com os atrativos, os encantos do Pai.
Apresenta-o ainda, como soberano e causa primeira, enquanto São José, formado
pela idéia do Pai Eterno para representá-lo junto ao seu Filho, na condição de
pai, ostenta todos os traços amorosos, todos os encantos e as doçuras da divina
paternidade.
2º: Ele é a imagem de santidade do Pai Eterno –
Qual não é a imagem de São José, escolhido para ser a imagem de Deus Pai?
Vive esse grande santo em santidade perfeita,
afastado de todos os bens da terra e de toda a criatura. O Evangelho nô-lo
apresenta como cheio dessa santidade incomparável ao afirmar: “era justo”, quer
dizer, santo.
De outra parte, estava estabelecido, com esse caráter
único de santidade, que São José tinha sido escolhido como guardião da criatura
mais santa e preciosa do mundo.
Com efeito, Nosso Senhor escolheu um santo, dos
maiores santos do mundo, para guardião da Santíssima Virgem após sua morte, um
santo que com Ele formava uma única pessoa, um homem virgem para ser proteção e
segurança para sua Mãe.
No caso de São José, Deus Pai escolheu um home por
ele feito à imagem de sua santidade, a fim de que se tornasse força e proteção,
não apenas para a Santíssima Virgem Maria, mas igualmente para seu Filho, por
ele engendrado eternamente.
3º: Ele é o caráter e a imagem da fecundidade do
Pai Eterno. A Igreja convida-nos a honrar São José, oito dias antes do santo
mistério da Encarnação, a fim de que, em São José, adoremos Deus Pai,
preparando em seu seio, e realizando os desígnios do santo mistério de seu
Filho. Tal mistério escondido nos séculos, foi nos dado venerar em São José
pelo seio adorável do Pai.
Eis porque esse mesmo santo nos é apresentado tendo
em seus braços Nosso Senhor Jesus Cristo, tal como engendrado pelo Pai em si
mesmo, desde toda a eternidade.
Os anjos, que não são exclusivos na fecundidade de
Deus, jamais foram chamados pais uns dos outros. Enquanto que São José, imagem
dessa fecundidade, é chamado Pai de Jesus de Cristo. Foi ele, como um
sacramento do Pai Eterno, pelo qual Deus engendrou seu Verbo encarnado em Maria
e nele incutiu substância divina.
Nesse grande santo, Deus Pai surge em sua
fecundidade, todavia separada da carne e do sangue, que de nenhuma forma
entravam na ação de gerar o Filho, “que não foi concedido pelo sangue, nem pela
carne, nem pela participação do homem, mas nascido de Deus”.
4º: Ele é a imagem do Amor do Pai Eterno por seu
Filho – Deus Pai, ao escolher São José para dele fazer sua imagem junto a seu
Filho, viveu no seio de São José, pois nele amava seu Filho com um amor
infinito e dizia continuamente desse Filho único: Este é meu Filho dileto em
quem coloquei minhas complacências.
O Pai, em si mesmo, ama seu Filho como Verbo eterno,
e, em São José como Verbo encarnado. Morava na alma desse grande santo,
tornando-a participante, não somente de suas virtudes, mas ainda de sua vida e
de seu amor de Pai, porque o divino São José entrava no amor do Pai Eterno por
seu Filho e o amava profundamente, no ardor, na pureza e na santidade desse
amor.
5º: São José é o caráter exterior da compaixão e da
ternura do Pai Eterno pelas misérias do homem – O Pai Eterno, ao escolher São
José para fazer dele a imagem de sua paternidade, nele colocou um espírito de
compaixão e de ternura pelas misérias dos homens e se fez nele Pai das
misericórdias.
Antes de sua encarnação, o Verbo era rigorosíssimo.
Mas, uma vez feito homem, tornou-se sensível, encheu-se de compaixão para com
nossas misérias. Foi assim que o Pai Eterno fez ao comunicar sua imagem ao
grande São José.
Desde toda a eternidade, Deus Pai era separado da
carne; elevado em santidade infinitamente acima de nosso estado, tornou-se
insensível aos nossos males e cheio de severidade para com os homens. Mas, no
instante em que se revestiu da pessoa de São José e que se encobriu sobre a
humanidade desse grande santo, tornou-se misericordioso, cheio de ternura e
sensibilidade pelas misérias humanas. Nele, Ele é o Pai das misericórdias. Por
isso São Paulo após ter afirmado, Deus seja bendito, acrescentou: Pai de Jesus
Cristo, Pai das misericórdias, embora antes permanecesse em estado de Deus,
justo e insensível.
6º: São José imagem da sabedoria e da prudência do
Pai – Desde que Deus Pai quis revelar-se na pessoa de São José, transmitiu-lhe
uma abundante comunicação de seu Espírito de Pai. E como portador da Sabedoria
Eterna, conferiu-lhe uma luz e uma sabedoria admiráveis.
Porque, se Deus confia a proteção das nações a
anjos muito poderosos, mesmo aos primeiros entre essas grandes e sublimes
inteligências; se Ele entregou a esses puríssimos espíritos a conduta das
esferas celestes, esses imensos corpos, qual não será a grandeza desse santo a
quem Deus incumbiu a direção de seu Filho, mais precioso que cem mil mundos ou
cem milhões de reinos! Que luz para conduzir e dirigir em todas as coisas esse
Filho, cujos movimentos e todos os passos eram tão preciosos e queridos!
Ah! Dizemos que a Santíssima Virgem tinha de Deus a
vida perpétua e, algumas vezes, até a vida bem-aventurada, por causa de seu
Filho! É certo que seu divino Filho tinha a vida clara e distinta da divindade,
a fim de que, fizesse a todo momento, o que queria seu Pai. Por isso via a esse
Pai continuamente, seja para desobedecê-lo nunca e para satisfazer seus
desígnios adoráveis voltados para todos os seus passos e todos os seus
movimentos, seja ainda por causa de toda a importância de Jesus para o gênero
humano.
Ora, o mesmo motivo nos obriga a acreditar que o
grande São José, encarregado da direção de Jesus, de levá-lo ao cumprimento dos
adoráveis desígnios de Deus Pai, desígnios de tão grandes conseqüências para a
salvação dos homens, era esclarecido pela Luz divina para tudo operar segundo o
espírito de Deus.
Ademais, quero consignar algo que me vem ao
espírito e para o qual não ouso responder, por me parecer estranho. É que a luz
dada a São José para conduzir o próprio Filho de Deus, era de natureza da que
fora dada à Santíssima Virgem Maria, dita pelos doutores santos como tendo sido
gloriosa, pois Deus lhe dera todas as graças que sua onipotência pode conceder
a uma pura criatura.
Se, então, a luz de São José é uma luz de glória,
ela foi sempre infalível para dirigir o Filho de Deus, que não poderia
enganar-se. Porque, de outra forma, o Filho de Deus ficaria exposto, sob a
direção de São José, a faltar aos desígnios de Deus e a seu dever, ou
desobedecer àquele que ocupava o lugar de seu Pai e de quem lhe expressamente
recomendado que observasse todas as vontades: E lhes era submisso.
Tendo sido dado por Deus a todos os homens como
modelo da obediência, se Ele desobedecesse a São José, qualquer criatura
encontraria nisso pretexto para desculpar sua própria desobediência. Seria
admitir, portanto, que é possível falhar na obediência. Isso evidenciaria,
ademais, não disporem os Superiores das faculdades necessárias para dirigir com
segurança.
Não seria admitir, Deus impotente, em suas
promessas e sua Providência, se Ele recusasse aos Superiores o espírito de que
necessitam para dirigir?
Não, jamais alguém se engana na obediência; pois
Deus garante, Deus avalia as pessoas que dirigem os outros. Jesus Cristo, nosso
Senhor, seria então de condição pior do que o resto dos homens, que não podem
falhar ao obedecerem. Seria pior que os anjos inferiores, submetidos aos
superiores com inteira confiança, deles recebendo luzes, certas e infalíveis em
todo seu procedimento, embora não tenham a importância do Filho de Deus.
Ora, se os anhos porque gloriosos, têm superiores
dotados de luz de glória, qual não deveria ter sido a luz de São José,
destinado pelo Pai para conduzir Jesus Cristo como seu inferior e governar a
Santíssima Virgem, sua Mãe!
E que vergonha não teria sido expor o Filho de Deus
a contestar seu pai e opor-se àquele que estava cheio do próprio espírito de
Deus. E teria Deus Pai querido expor Nosso Senhor a esse absurdo, recusando ao
nosso santo graça tão indispensável e conveniente à sua condição?
Nosso grande santo é, pois, cheio de admirável
sabedoria, pois Deus lhe confiou a guarda da própria Sabedoria. E se Deus
costumeiramente concede graças proporcionais à importância dos encargos que nos
confia, como não seria essa luz, essa sabedoria à qual a própria Sabedoria
tinha sido submetida?!
São José foi para Jesus, o que outrora Moisés fora
para o povo de Deus. Como esse povo, figura do Salvador, foi retirado do Egito
por Moisés, assim Nosso Senhor foi, de idêntica forma, levado por São José ao
Egito. O povo de Israel, no Egito, é chamado filho de Deus, porque prefigurava
Jesus Cristo. São José foi efetivamente o protetor da salvação de Jesus, na
fuga para o Egito e o manteve sob sua guarda durante o curso de sua própria
vida.
Ò Sabedoria eterna! Se Moisés teve tão íntimo
contato convosco, a ponto de vos contemplar face a face, qual não teria sido,
nesse sentido, o privilégio de São José? Se o primeiro, que ostentava a figura
de vosso Filho, pode ver-nos face a face, não teria sido São José cumulado de
maiores favores?
Se ao que estava submetido à lei da morte foi dada
a glória nesta vida, a ponto de os filhos de Israel não poderem suportar o
brilho de sua face, que não teria sido, acrescenta São Paulo, aquele que trouxe
nos próprios braços, a Lei da Vida e do Espírito! Sem dúvida São José gozava de
uma contemplação adorável de uma visão gloriosa de Deus.
Exponho esse pensamento e tiro dele suas
conseqüências, como coisa de meu espírito, esclarecido contudo, parece-me, pela
luz de minha fé, não sentindo nunca aqui, nenhuma atividade nem trabalho de
minha inteligência para produzir tal coisa. Deixo a meu superior o encargo de
julgar esta matéria.
2 – QUANDO JESUS CRISTO HONROU O
GRANDE SÃO JOSÉ
O Filho de Deus, ao tornar-se visível, tomando
carne humana, conversava e tratava com Deus Pai, envolto em véu, na pessoa de
São José, pela qual seu Pai se tornava visível para Ele. A Santíssima Virgem e
São José representavam, juntos, uma só e mesma pessoa de Deus Pai.
Eram duas sensíveis representações de Deus, duas
imagens sob as quais Jesus adorava a plenitude de seu Pai, seja ainda, em seu
amor por esse mesmo Filho e sua Igreja. Tudo isso era, para Jesus Cristo, como
um santo oratório, objeto sensível de toda sua devoção.
Sem dúvida, o Templo era, para Ele, um lugar de
religião, já que via nesse edifício, uma imagem inane e material de Deus, seu
Pai. Mas, via em São José uma figura viva, espiritual e divina de todas as
grandezas e perfeições desse Pai e ouvia, pela boca do grande santo, a própria
palavra do mesmo Pai, de quem São José era a imagem sensível.
José era o oráculo de Jesus Cristo, que o fazia
conhecer todas as vontades de seu Pai celeste. Era seu relógio, que lhe
indicava todos os momentos assinalados nos decretos de Deus. Era, diante desse
oratório, que se dirigia a Deus, seu Pai, e lhe dizia, Pater noster e diante de
quem pedia por toda a Igreja.
Que objeto amoroso para Jesus Cristo! Que objeto de
complacência! Que motivo para exercer seus amores! Que carícias e que
sentimentos de amorosa ternura! Ó grande santo! Feliz de apresentar, tão bela matéria
ao amor de Jesus! Ó Deus, que olhares de amor e complacências! Bondade de meu
Jesus, feliz de ter diante dos seus olhos, com que satisfazer seus amores!
Feliz José! Feliz Jesus! Bendito José por fornecer a Jesus o mais justo motivo
de suas delícias! Bem-aventurado ó Jesus, por encontrar em José a causa de suas
mais santas complacências! Os olhos do vosso espírito, Jesus nele viam o
Espírito de vosso Pai e os olhos do vosso corpo viam uma imagem sensível da
beleza daquele mesmo Pai, pois no Pai vós encontráveis vosso perfeito
contentamento.
Sem dúvida, é admirável a imagem de Deus, na
eternidade, a amar seu Filho e este, por reciprocidade amar o Espírito Santo.
Era igualmente admirável, a vida de José e Maria, imagens de Deus Pai, para
Jesus Cristo seu Filho.
Qual não teria sido o amor de Jesus por seus pais!
Nosso Senhor via, em um e outro, a presença, a vida, a sabedoria, a pessoa e as
perfeições de Deus, seu Pai. E divisava essas belezas, com que amor, com que
alegria! Com que consolação!
A Santíssima Virgem e São José por seu turno, viam
ao seu lado, a Pessoa de Deus em Jesus, em tudo o que Ele é, Filho de Deus,
Verbo do Pai, esplendor de sua vida e caráter de sua substância. Que
reverência! Que respeito! Que absorvência de amor! Que profunda adoração!
Isso era o céu, o paraíso na terra, eram delícias
sem fim neste lugar de dor. A abundância de todos os bens, no seio da pobreza,
uma glória antecipada já na baixeza, na abjeção e pequenez de sua vida.
Ó Jesus! Não me admiro de que tenhais permanecido
trinta anos completos nessa feliz casa, sem deixar São José. Não me espanto de
que vos tenhais tornado inseparável de sua pessoa.
Sua casa, em si mesma, era o paraíso e seu seio era
para vós o seio de vosso Pai, do qual sois inseparável e no qual encontráveis
vossas eternas delícias.
Fora dessa casa achastes somente coisas funestas,
pecadores, as tristes causas de vossa morte. Na casa de José, que é também de
Maria, encontráveis os objetos mais delicados de vossa alegria, as fontes
sagradas de vossa vida. Não saístes jamais desse santo lugar a não ser para ir
ao Templo. O mundo escarnecia de vossa solidão e de vossa vida em retiro. Não
sabia que o Templo era uma morta figura do Pai e que São José, como imagem viva
desse Pai, era o lugar de vossas delícias e de vosso repouso.
3 – SÃO JOSÉ PATRONO DAS ALMAS
ESCONDIDAS E DAS ALMAS SUPEREMINENTES
Tendo sido escolhido por Deus para ser sua imagem
diante de Seu Filho único, São José nunca foi estabelecido para exercer
qualquer função pública na Igreja de Deus, mas unicamente para exprimir sua
pureza e sua incomparável santidade, que o distingue de toda criatura visível.
Disso resulta ter sido ele tornado patrono das almas escondidas e
desconhecidas.
Outra é a função de São Pedro na Igreja, diferentes
das operações de São José. São Pedro é estabelecido exteriormente para a
política, para o regime, para a doutrina e sua ação se exerce sobre os prelados
e sobre os ministros da Igreja.
São José, ao contrário, que é um santo escondido e
sem funções exteriores, é estabelecido para transmitir interiormente, a vida
supereminente por ele recebida do Pai e que, em seguida, decorre de Jesus
Cristo sobre nós.
A influência de São José é uma participação da
influência de Deus Pai em seu Filho, enquanto que a de São Pedro e a dos outros
santos, é uma participação da graça de Jesus Cristo a derramar-se sobre os
homens e a distribuir-se, sob medida, em seus membros. A de São José é uma
participação da fonte sem regra e sem medida, que se derrama de Deus Pai sobre
seu Filho. E Deus Pai, que nos ama, com o mesmo amor com que ama seu Filho
único, dá-nos a possuir, a gostar e a saborear em São José a graça e o amor com
ele ama esse mesmo Filho.
Nos demais santos é por parcela e sob medida, que
Ele nos transmite tais coisas. No caso de São José, não há limites nem medidas,
por causa do que é São José e do que o Pai nele coloca como sua imagem
universal.
Esse santo é o patrono das almas supereminentes,
elevadas à pureza e à santidade de Deus. Tanto daquelas intimamente unidas a
Jesus Cristo e para as quais transfere sua ternura por causa desse amável
Salvador, como daquelas aplicadas a Deus Pai, das quais São José é a figura.
É um santo escondido, que Deus quis manter secreto
durante sua vida e para o qual reservou, com exclusividade, ocupações interiores,
sem dividi-las com os cuidados exteriores da Igreja. Um santo manifestado por
Deus no fundo dos corações e do qual imprimiu a veneração no interior das
almas. E como São José dedicou-se exclusivamente a Deus, durante sua vida, Deus
reservou-se a si mesmo mantê-lo e nele imprimir estima, culto e veneração.
Como imagem do Pai eterno, para quem converge toda
a prece e que é o fim e o termo de toda nossa religião, São José deve ser o
tabernáculo da Igreja. Porque a alma, interiormente unida a Jesus Cristo, e que
coloca em seus caminhos seus sentimentos, suas inclinações e suas disposições,
tal alma, enquanto permanecer na terra, será cheia de amor, de respeito e de
ternura por São José, à imitação de Jesus Cristo quando viveu neste mundo, pois
tais eram as inclinações e disposições de nosso Salvador, que amaria com
ternura Deus Pai em São José e o adoraria sob essa imagem viva, onde Ele
habitava realmente.
Cabe-nos seguir essa atitude e procurar nosso Pai
naquele santo, pois é nele que devemos procurar contemplar, adorar todas as
perfeições divinas, que, reunidas em nós, nos tornarão perfeitos como nosso Pai
celestial é perfeito. Aprendamos com São José, que é possível nos tornarmos
semelhantes a Deus e sermos perfeitos na terra como ele o é nos céus.
E, porque em Deus Pai, São José é fonte de todo o
bem e de toda misericórdia, está dito desse santo, que nada que lhe é pedido
deixará de ser atendido.
4 – SÃO JOSÉ PATRONO DOS PADRES
Os padres, sobretudo, nos quais Deus reside em sua
plenitude e em sua fecundidade, são chamados a se conduzirem de acordo com o
modelo do grande São José, em relação aos filhos que gerarão para Deus. Esse
grande santo conduzia e dirigia para o Menino Jesus, no espírito de seu Pai,
sua doçura, sua sabedoria, sua prudência. Assim deveremos fazer com todos os
membros de Jesus Cristo, que nos foram confiados para serem outros Cristo.
Deveremos tratá-los com a mesma reverência dispensada por São José ao menino Jesus.
Sejamos, em relação a essas almas, como superiores
em Deus, mas inferiores em nossas pessoas, tal como São José, que se via
infinitamente abaixo de Jesus Cristo, apesar de conduzi-lo e de ter sido
estabelecido sobre Ele, em nome e em lugar do Pai Eterno.
Também escolhemos São José como patrono do
Seminário. Como o santo encarregado por Nosso Senhor, no céu, de cuidar
expressamente dos padres, segundo me revelou por sua bondade.
A Santíssima Virgem deu-me a mim, também, aquele
grande santo como patrono assegurando-me que ele era das almas escondidas e
acrescentando: “nada tenho de mais caro no céu e na terra, após meu Filho”.
Levando um dia Nosso Senhor a um doente, repetia
interiormente as seguintes palavras que me brotavam ao espírito: Fostes
condutor do Justo. Tais palavras levavam-me a lembrar, que São José, tendo sido
o condutor do Justo, nosso Senhor, devia representá-lo, levando o filho de Deus
com os mesmos sentimentos com os quais, frequentemente ele o tinha feito em sua
vida.
Fonte: http://www.amoranossasenhora.com.br/2012/03/sao-jose-o-justo-admiravel/
quinta-feira, 5 de julho de 2012
O carpinteiro
O carpinteiro
Reflexões espirituais de Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará
Dom Alberto Taveira Corrêa
BELEM, terça-feira, 3 de julho de 2012 (ZENIT.org) -
As cidades ou as regiões adquirem fama, pelas suas manifestações religiosas, seu folclore, culinária, modo de falar. Algumas ficam conhecidas pelo jeito de ser de seu povo, gente expansiva ou reservada, com cartas “guardadas na manga” para serem jogadas em tempo oportuno. Há lugares, como Nazaré, onde viveu Jesus com Maria e José, que ficaram conhecidos como terra de gente brava e até revoltada. Qualquer provocação servia para um levante, tanto que Jesus, conhecido como Nazareno, suscitava desconfiança em muitas pessoas, também porque as tradições não esperavam que pudesse vir da Galileia algum profeta. Pode acontecer também entre nós, pela avalanche de violência aliada à impunidade corrente, que se reforce a pecha de sermos hoje uma das áreas perigosas do país. Não é difícil perceber como contribuímos para isso, pela facilidade com que classificamos áreas de nossa região metropolitana como “vermelhas” ou perigosas, vendo em cada desconhecido uma ameaça.
A Igreja quer enfrentar com as armas do Evangelho todas as situações desafiadoras, vencendo por amor e com amor, penetrando em todos os ambientes e superando preconceitos. Nosso projeto de Evangelização quer alcançar os que estão afastados da Igreja ou se sentem distantes, constituindo novas Comunidades de fé nos lugares mais difíceis. Mais do que as eventuais estatísticas, interessa-nos dizer que todos são amados por Deus e candidatos à vida plena e à salvação, não nos sendo lícito arrefecer diante dos obstáculos. Vale a pena abrir os olhos e verificar como o espírito missionário já envolve muitos sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, pessoas dedicadas a Deus e, mais ainda, uma enorme quantidade de cristãos leigos e leigas. Vamos chegar lá, contagiando muita gente com a unção missionária.
E os Bispos da Região Amazônica, reunidos nesta semana em Santarém, renovaram suas disposições missionárias, para que a boa nova alcance a todos em todos os rincões de nossa terra. Saíram de lá com renovado entusiasmo a ser comunicado a todo o povo de Deus.
Voltando a Nazaré, ali Jesus ficou conhecido como carpinteiro, pois havia apreendido de São José este ofício tão digno quanto importante (Mc 6,1-6). Parece até que carpinteiro era mais do que o oficial das mesas ou cadeiras, mas um daqueles homens que sabiam fazer de tudo na construção de uma casa. Ainda se encontram pessoas assim por aí, com admirável conhecimento prático, de olhar profundo e prudência, calma no trabalho, poucas palavras e muita ação. Dá para pensar no Pai do Céu, contemplando a beleza e a bondade da criação, como descreve o livro do Gênesis.
Sendo Jesus homem verdadeiro e Deus verdadeiro, tudo o que realizava envolvia a totalidade da vida humana, sem excluir qualquer área dos sentimentos e das aspirações das pessoas, tanto que ninguém passava em vão ao seu lado. Ele que fazia bem todas as coisas. E era o Carpinteiro de Nazaré! Aproximar-se dele é descobrir o seu segredo, pois o Carpinteiro é Profeta, é Messias, é Salvador.
Ter contato com Jesus Cristo é contemplá-lo na fé, apurando nosso sentido sobrenatural, a fim de que a salvação seja acolhida e nossa vida transformada. Nele, aprendemos a olhar também em torno a nós, para valorizar os pequenos gestos e as pessoas que conosco convivem. Há um grito surdo pela valorização das pessoas, na superação de desconfianças e medos. É urgente dar nome de dignidade às pessoas que transbordam simplicidade e com ela a sabedoria. Elas estão aí, bem perto de nós. Muitas constroem frases quase ingênuas, que alguns pensam ser sabedoria de para-choque de caminhão! Outras sabem dar respostas precisas, ou sabem ouvir e prestar atenção como ninguém, para tudo guardar num coração bom e puro.
Sabemos que quem segue Jesus, independente de sua condição social, idade ou cultura, passa a fazer parte do evangelho, da história de Deus. Se o próprio Senhor teve dificuldades com alguns grupos, como os habitantes de Nazaré, onde ele se tinha criado (Mc 6,1-6), sabemos que ele inicia uma nova família, destinada a edificar um novo mundo (Mc 3,13-6,13), na superação das distâncias entre as pessoas, formada por quem quer realizar a vontade do Pai (Mc 3,35). Os discípulos de ontem e de hoje têm a missão de estar com Jesus e ser enviados por ele, como companheiros de missão, na luta contra o mal.
Ao tornar-se simples e competente carpinteiro em Nazaré, o Salvador entrou nas estruturas humanas para transformá-las. A liturgia nos faz reconhecer que pela humilhação do Filho amado, o Pai reergueu o mundo decaído (Cf. Oração do XIV Domingo Comum). Ele ocupou todos os espaços humanos com sua presença redentora. Tal constatação de fé nos permite acolher o dom da alegria nesta terra e almejar as alegrias eternas.
domingo, 29 de abril de 2012
São José, Trabalhador, rogai por nós!
"A Igreja, providencialmente, nesta data civil marcada, muitas vezes, por conflitos e revoltas sociais, cristianizou esta festa, isso na presença de mais de 200 mil pessoas na Praça de São Pedro, as quais gritavam alegremente: "Viva Cristo trabalhador, vivam os trabalhadores, viva o Papa!"
O Papa, em 1955, deu aos trabalhadores um protetor e modelo: São José, o operário de Nazaré.
O santíssimo São José, protetor da Igreja Universal, assumiu este compromisso de não deixar que nenhum trabalhador de fé – do campo, indústria, autônomo ou não, mulher ou homem – esqueça-se de que ao seu lado estão Jesus e Maria.
A Igreja, nesta festa do trabalho, autorizada pelo Papa Pio XII, deu um lindo parecer sobre todo esforço humano que gera, dá a luz e faz crescer obras produzidas pelo homem: "Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho a fim de que inspire na vida social as leis da equitativa repartição de direitos e deveres."
São José, que na Bíblia é reconhecido como um homem justo, é quem revela com sua vida que o Deus que trabalha sem cessar na santificação de Suas obras, é o mais desejoso de trabalhos santificados: "Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa... O Senhor é Cristo" (Col 3,23-24).
"
Fonte: http://www.cancaonova.com
domingo, 5 de fevereiro de 2012
«Não é Ele o carpinteiro?»
"José amou Jesus como um pai ama o seu filho, tratou-O dando-Lhe tudo que de melhor tinha. José, cuidando daquele Menino como lhe tinha sido ordenado, fez de Jesus um artesão: transmitiu-Lhe o seu ofício. Por isso, os vizinhos de Nazaré falavam de Jesus chamando-lhe indistintamente «carpinteiro» e «filho do carpinteiro» (Mt 13,55). [...]
Por isso, Jesus devia parecer-se com José no modo de trabalhar, nos traços do Seu carácter, na maneira de falar. No realismo de Jesus, no Seu espírito de observação, no Seu modo de se sentar à mesa e de partir o pão, no Seu gosto por falar dum modo concreto tomando como exemplo as coisas da vida corrente, reflete-se o que foi a infância e a juventude de Jesus e, portanto, a Sua convivência com José. Não é possível desconhecer a sublimidade do mistério. Esse Jesus que é homem, que fala com o sotaque de uma determinada região de Israel, que Se parece com um artesão chamado José, é o Filho de Deus. E quem pode ensinar alguma coisa a Deus? Mas é realmente homem e vive normalmente: primeiro como menino; depois como rapaz que ajuda na oficina de José; finalmente, como homem maduro, na plenitude da idade. «Jesus crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e dos homens» (Lc 2,52).
José foi, no aspecto humano, mestre de Jesus; conviveu com Ele diariamente, com carinho delicado, e cuidou d'Ele com abnegação alegre. Não será esta uma boa razão para considerarmos este varão justo, este Santo Patriarca no qual culmina a fé da Antiga Aliança, Mestre de vida interior?"
Autor:
São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador
Homilia «Na Oficina de José», de «Cristo que passa», §§ 55-56
Fonte: evangelhoquotidiano.org
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Invocação a São José
"São José, guardião de Jesus e casto esposo de Maria, empenhaste toda vossa vida no perfeito comprimento de vosso dever, vos mantiveste a Sagrada família de Nazaré com o trabalho de vossas mãos.
Protegei bondosamente aos que recorrem confiadamente a vós.
Vós conheces nossas aspirações e nossas esperanças.
Se dirigem a vos porque sabem que vos os compreendes e proteges.
Vós também conheces as provas, dificuldades e trabalhos.
Mas, ainda dentro das preocupações materiais da vida, vossa alma estava cheia de profunda paz e cantou cheio de verdadeira alegria pelo intimo trato que tinhas com o Filho de Deus, o qual vos foi confiado e também a Maria, sua terna Mãe. Amém."
Autor: Papa João XXIII.
Protegei bondosamente aos que recorrem confiadamente a vós.
Vós conheces nossas aspirações e nossas esperanças.
Se dirigem a vos porque sabem que vos os compreendes e proteges.
Vós também conheces as provas, dificuldades e trabalhos.
Mas, ainda dentro das preocupações materiais da vida, vossa alma estava cheia de profunda paz e cantou cheio de verdadeira alegria pelo intimo trato que tinhas com o Filho de Deus, o qual vos foi confiado e também a Maria, sua terna Mãe. Amém."
Autor: Papa João XXIII.
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